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A coruja na minha janela

Escutei o bater de asas, repentino, era veloz, demasiado bela, de olhos penetrantes, fortes, quase acendia e ofuscava a minha alma, porque eu sentia ela, arrancar a verdade de mim mesma...

Desde criança sempre escutei que coruja era sinônimo de mau, pressagio, agouro dizia o povo lá da terra... Entranhei o medo dentro de mim, recusando a olhar esse pássaro grandioso e belo.

Por vezes escutava seu piar, consecutivo, tive anos uma família mesmo em frente da minha casa, até que um dia uma veio por fim visitar.

Olhei, petrificada com o bater de asas longas na minha janela, era de grande porte, castanha com olhos amarelos diria que quase ameaçadores, mas ao mesmo tempo, belos, sublimes e profundos.

Quase arrancou da alma o meu saber, a minha duvida e os meus medos escondidos. Queria não a olhar, mas era mágico, um momento único que ninguém sabe quando desconhece o desconhecido da sabedoria.

Procurei saber dela, que era ela na nossa vida cotidiana, com grande espanto eu vi que ela mesma era o símbolo da sabedoria, símbolo das universidades, dos estudiosos. Ela que tudo via e que nada passava despercebido ao seu lado sem que ela mesma enxergasse, coisa que nós humanos nem temos essa percepção.

Tive curiosidade de saber quem ela era, no lado místico, também uma verdadeira revelação, símbolo de sabedoria, de evolução e não símbolos do mal como muitos anexaram a ela por ignorância e medo de se olharem a si mesmo, olharem dentro de si no mais profundo de seus sentimentos e julgamentos.

Muitos a relacionavam as bruxas, feiticeiros e curandeiros, pensando bem quem no passado fazia isso? Seriam também alguns deles estudiosos, alquimistas da cura da alma?

Hoje para mim eu já consigo olhar no olhar da coruja, sem medo de ela enxergar o meu lado mais obscuro da minha alma porque sei que ela sabe que eu, quase sei quem eu sou e que faço aqui...

Hoje, eu olho repleta de paz interior, quase como se eu olhasse no espelho e visse o meu mais profundo saber de mim mesma trazendo a luz e claridade dos mais escondidos e eternos momentos...

2 comentários:

  1. Nossa! lindo e forte este texto. Muito bom mesmo.
    Verdade, em minha infância, a alada noturna sempre trouxe medo. Hoje a vejo como parte importante ao ciclo da Terra.
    Parabéns pelo post.

    HS

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  2. A sério? Da janela?
    Não iria gostar de abrir as persianas e ver logo um animal desses a olhar para mim com esses olhos enormes :-)
    A foto está super gira... esse parece um pequeno mocho

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