Estado do ser, melancolia do viver.

Em um certo tempo da minha vida eu resolvi retirar-me

 e tentar algo novo.

 Talvez, e reforço o talvez, a solidão em algum momento

 da vida faça sentido. 

Não que eu queira me desligar do mundo ou deixar que certas coisas rotineiras me perturbem mais, mas é uma certa necessidade de isolamento. 

Algo que possa me trazer um certo reconforto em meio ao caos. 

Diriam que por natureza sou melancólica, ou que, talvez,

 eu tenha pequenas recaídas pelo estado da tristeza. 

Não é isso. Depois de viver e deixar que meu estado 

do ser me guiasse, 

percebi que não é só de sorrisos que construímos os tais muros inabaláveis.

 Ou que não é só de alegria que vive após 

vencer mais uma luta.

Se existem tristeza e solidão por que não a vivemos também?

 São em momentos de vulnerabilidade que 

descobrimos quem somos.

 Momentos em que estamos tomados pelo estado da tristeza e deixados em meio à solidão que passamos a perceber o quão fortes podemos ser. 

É uma questão de saber como viver cada momento da vida. 

Aqueles que me disserem que viveram todos os momentos 

da vida sorrindo ou rodeados de amigos, de fato,

 eu não acreditarei.

 Pois, quem nunca experimentou um momento de tristeza em meio à alegria alheia não sabe o que é 

aprender a caminhar sozinho.

  Como disse no começo e repito, talvez a solidão em algum momento da vida faça sentido. Mas só talvez.

(Jéssica Cunha)

Fotografia: Bruna dos Anjos

Contato: brunacristinanjos@yahoo.com.br